As recentes enchentes no Rio Grande do Sul estão projetadas para impactar significativamente o setor do agronegócio, segundo um relatório do Bradesco. Estima-se que a catástrofe resultará em uma recessão de 3,5% no agronegócio nacional em 2024, com o Estado representando 12,6% do PIB agropecuário do país.

Com o Rio Grande do Sul sendo o maior produtor de arroz do Brasil, responsável por 71% da produção, as consequências das cheias serão sentidas em todo o país, afetando os preços dos alimentos. Além do arroz, o Estado é um dos principais produtores nacionais de soja, trigo e carnes, de acordo com dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Atualmente, o Rio Grande do Sul está no final da colheita de verão, com aproximadamente 70% da soja e 80% do arroz já colhidos. No entanto, estima-se que metade da produção restante possa ter sido perdida devido às enchentes. Isso resultaria em uma redução de 800 mil toneladas de arroz e 3,2 milhões de toneladas de soja na produção brasileira de 2024, comprometendo 7,5% da produção de arroz e 2,2% de soja no país.

O relatório do Bradesco ressalta que essas estimativas são conservadoras, uma vez que não é possível determinar o impacto na parcela já colhida em fase de beneficiamento.

As consequências dessas perdas na produção agrícola gaúcha e nacional são preocupantes, sinalizando um alerta vermelho para o setor e evidenciando a necessidade de medidas para mitigar os impactos econômicos e sociais das enchentes.