Após quatro anos de convivência com a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) que administra o futebol do Mixto Esporte Clube, ficou evidente para os envolvidos que o futebol mato-grossense continua sendo um gigante adormecido.
O motivo, segundo os autores do documento, seria a omissão da Federação Mato-Grossense de Futebol (FMF), que estaria negligenciando suas obrigações com os clubes filiados e deixando-os sem o suporte necessário.
Ajuda limitada na Série A: Os clubes da elite estadual recebem apenas suporte com transporte, arbitragem e hospedagem para 25 pessoas nos jogos fora de casa. Em contrapartida, precisam ceder os direitos de transmissão de todas as partidas como mandante e ainda divulgar os patrocinadores da FMF nos uniformes.
Série B em ritmo acelerado: A Segunda Divisão é disputada em menos de um mês, o que gera altos custos com contratações e pouco retorno esportivo, dado o número reduzido de jogos.
Base sem calendário: As competições de base (Sub-11, Sub-13, Sub-15, Sub-17 e Sub-20) não contam com um calendário anual, sendo realizadas em formatos curtos e pouco atrativos, o que dificulta a revelação de talentos.
Desinteresse pelo futebol feminino: Apesar dos incentivos estaduais — como a Lei “Mato Grosso na Série A” — e da confirmação de Cuiabá como sede da Copa do Mundo Feminina de 2027, a FMF não tem atuado para fomentar a modalidade no Estado.
Propostas para uma nova gestão e fortalecimento do futebol mato-grossense:
Com o slogan "Uma Federação para Todos com Clubes Fortes", o documento também apresenta um plano de ações para transformar o cenário atual:
Incentivo fiscal para o torcedor: Propor à Assembleia Legislativa e ao Governo do Estado uma lei que permita descontos em ingressos mediante apresentação de nota fiscal.
Transparência total: Todos os contratos da FMF, incluindo patrocínios e direitos de transmissão, serão abertos aos clubes.
Busca ativa por patrocínios: A FMF atuará na captação de recursos para todas as divisões e também para as categorias de base.
Transmissão das categorias de base: Jogos das categorias Sub-20 e Sub-17 passarão a ser transmitidos, valorizando jovens talentos e ampliando sua visibilidade.
Apoio ao futebol feminino: Criação de um calendário anual, incluindo campeonatos profissionais e de base nas categorias Sub-20 e Sub-17.
Reestruturação da arbitragem: Contratação de um diretor com experiência nacional, com mandato de dois anos, focado em capacitação e melhorias para os árbitros.
Copa Centro-Oeste: Articulação junto à CBF e estados vizinhos para retomar a competição regional com forte apelo comercial.
Retorno da Copa FMF: Com foco em jogadores Sub-23, garantindo calendário para os clubes fora do Brasileirão e premiando os melhores colocados.
Departamento de projetos: Criação de uma área técnica dentro da FMF para captação de recursos, elaboração de projetos e prestação de contas de verbas públicas.
Melhoria nos estádios: Compromisso com a reforma de gramados e estruturas dos estádios que recebem jogos organizados pela FMF.
Redução de taxas e dívidas: Reavaliação dos custos administrativos e flexibilização de débitos dos clubes com a entidade.
Criação de subsedes regionais: FMF terá unidades no Norte, Sul, Araguaia e Oeste para descentralizar e agilizar o atendimento.
Gestão compartilhada: Todas as decisões serão tomadas em colegiado, promovendo diálogo, transparência e fim de práticas autoritárias.
Com essas propostas, o objetivo é fortalecer os clubes, resgatar a presença do torcedor nos estádios e recolocar o futebol mato-grossense no mapa nacional com mais estrutura, apoio e visibilidade.
