O presidente russo, Vladimir Putin, pediu desculpas oficiais neste sábado (28) ao presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, pelo que chamou de "trágico incidente" envolvendo a queda de um avião comercial da Azerbaijan Airlines no Cazaquistão. O acidente, que resultou na morte de 38 pessoas, ocorreu após a aeronave ter sido supostamente atingida por sistemas de defesa aérea russos durante um ataque de drones ucranianos.
De acordo com o Kremlin, a ligação foi feita por iniciativa de Putin, que expressou "profundas e sinceras condolências às famílias das vítimas" e desejou pronta recuperação aos 29 feridos. O governo russo confirmou que, no momento do incidente, as cidades de Grozny, Mozdok e Vladikavkaz estavam sob ataque de veículos aéreos não tripulados ucranianos, e os sistemas de defesa aérea russos estavam em operação para repelir essas ameaças.
O acidente
O voo J2-8243, que partiu de Baku com destino a Grozny, na região russa da Chechênia, caiu na última quarta-feira (25) próximo à cidade de Aktau, no Cazaquistão. Segundo relatos, a aeronave, um Embraer de fabricação brasileira, desviou de sua rota original no sul da Rússia, onde ocorriam ataques de drones ucranianos, e tentou realizar um pouso de emergência.
Em declaração oficial, o presidente Aliyev afirmou que a aeronave "foi submetida a interferência física e técnica externa no espaço aéreo russo, resultando em perda total de controle" antes de ser redirecionada para Aktau. A Azerbaijan Airlines corroborou essa informação em suas conclusões preliminares, confirmando a ocorrência de "interferência física e técnica externa".
Investigações em andamento
Quatro fontes com conhecimento das investigações preliminares conduzidas pelo Azerbaijão revelaram à Reuters que o avião foi derrubado por engano pelas defesas aéreas russas. Inicialmente, autoridades haviam sugerido que a queda poderia ter sido causada por uma colisão com pássaros, mas vídeos posteriores mostrando perfurações nos destroços levantaram questionamentos sobre essa hipótese. Passageiros sobreviventes relataram ter ouvido um forte estrondo antes da queda.
A Embraer, fabricante brasileira da aeronave, informou que está à disposição para auxiliar nas investigações. O Brasil enviou três investigadores da Força Aérea para colaborar com as autoridades locais na apuração das causas do acidente.
Por sua vez, o órgão regulador da aviação russa apresentou uma versão diferente dos eventos, alegando que o piloto optou por desviar da rota original devido à presença de densa neblina em uma área onde havia alertas sobre a presença de drones ucranianos. Segundo o órgão, foram oferecidas alternativas de pouso em outros aeroportos, mas o piloto escolheu seguir para Aktau.
O caso continua sob investigação, com autoridades de múltiplos países trabalhando para estabelecer definitivamente as circunstâncias que levaram à tragédia.