O Ministério da Educação (MEC) lançou, nesta segunda-feira (10), em Natal (RN), o Programa Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades para acesso de estudantes da rede pública à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, chamado Partiu IF. O lançamento ocorreu durante o anúncio da criação da Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP).
A iniciativa tem como objetivo preparar estudantes do 9º ano do ensino fundamental para as provas de seleção dos institutos federais, buscando reduzir desigualdades educacionais. O programa oferecerá aulas e atividades de reforço educacional a estudantes em situação de vulnerabilidade, para ampliar as chances de ingresso na rede federal, que conta com 685 unidades em todo o país.
Durante a cerimônia, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou que os alunos selecionados para participar do Partiu IF receberão uma ajuda de custo mensal de R$ 200, por um período de oito meses. O valor é equivalente ao oferecido pelo programa Pé-de-Meia.
O programa tem como foco a recuperação das aprendizagens de estudantes que enfrentaram desigualdades educacionais, com prioridade para jovens negros, quilombolas, indígenas, pessoas com deficiência e aqueles de famílias com renda per capita de até um salário mínimo, atualmente fixado em R$ 1.518.
"É uma forma de dar oportunidade para aqueles jovens que não estão bem preparados. Será um reforço para esse jovem do 9º ano se preparar para fazer a seleção para a prova do instituto federal", destacou o ministro Camilo Santana.
Metas e investimentos
A meta do Partiu IF é atender até 2027 cerca de 78 mil estudantes do 9º ano do ensino fundamental da rede pública interessados em ingressar nos cursos técnicos integrados ao ensino médio oferecidos pela rede federal. O investimento total do MEC será de R$ 463 milhões.
Para 2025, estão previstas 26 mil vagas para alunos que estão no último ano do ensino fundamental. O custo estimado do programa para o biênio 2024-2025 é de R$ 115,8 milhões.
Estrutura das aulas
O Partiu IF será estruturado em dois eixos de formação: Ciclo Básico e Formação Suplementar, totalizando uma carga horária de 320 horas. O Ciclo Básico será composto por disciplinas como linguagem, matemática e ciências naturais, com foco na recomposição de habilidades e competências alinhadas ao currículo da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Além disso, os estudantes terão acesso a oficinas de redação.
O eixo de Formação Suplementar incluirá suporte acadêmico e apoio social, como acompanhamento psicopedagógico, monitoramento do progresso acadêmico e emocional dos alunos, além de orientação individual e coletiva para abordar desafios específicos e promover um ambiente comunitário mais acolhedor.
O ministro da Educação adiantou que as aulas terão início no próximo sábado (15). Serão montadas aproximadamente 650 turmas com alunos do público-alvo, sendo prevista uma turma por campus, com 40 alunos cada. Desde agosto de 2024, um projeto piloto do programa já vinha sendo realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (Ifsuldeminas), no campus Pouso Alegre (MG).