Brasileiras fazem história e vencem mundial de robótica no Japão

Protagonismo feminino na engenharia

A vitória histórica teve como protagonistas as estudantes Anne Victória Rodrigues da Costa, da engenharia mecânica, e Lígia Bonifácio, da engenharia eletrônica e computação. A conquista ganha ainda mais relevância em um cenário onde, segundo o IBGE, as mulheres representam apenas 15,7% dos estudantes matriculados em cursos de computação e tecnologias da informação.

"Ser mulher na engenharia não é fácil. Durante o torneio, fomos surpreendidas com o incentivo constante, inclusive de membros do staff e de outras competidoras. Pudemos observar muitas mulheres de todas as idades se enxergarem em nós, e isso foi muito significativo", destaca Lígia Bonifácio.

Tecnologia brasileira em destaque

A MinervaBots, que participa do torneio desde sua criação em 2012, conta atualmente com cerca de 30 integrantes. O robô campeão, Zé Pequeno, compete na categoria "Mini Sumô 500 g - Autônomo" e foi originalmente projetado em 2014, passando por diversas atualizações tecnológicas ao longo dos anos.

A equipe adversária na final, Kimauánisso Robotics Team, também teve desempenho notável no torneio, conquistando medalhas em múltiplas categorias. A equipe do Instituto Mauá, com 40 integrantes, participou com 11 robôs em diferentes modalidades, alcançando o segundo lugar em "Sumô Mini 500 g - Rádio Controlado" e o oitavo lugar na principal categoria do torneio.

"Ver duas equipes brasileiras na final do maior torneio mundial de sumô de robôs é um motivo de grande orgulho. Entre os oito melhores robôs do mundo, quatro eram brasileiros, reiterando o crescimento do país no âmbito da robótica competitiva", ressalta o professor Anderson Harayashiki Moreira, do Instituto Mauá de Tecnologia.

O professor Vitor Ferreira Romano, orientador da equipe campeã, destaca a importância da conquista: "É um evento de nível mundial, com tradição, e ter conseguido o primeiro lugar nesse torneio, enquanto universidade pública e federal, nos deixa muito felizes. Isso incentiva também os alunos a participarem mais desses eventos e acreditarem em si".

A vitória não apenas consolida a posição do Brasil no cenário internacional da robótica, mas também serve de inspiração para futuras gerações de engenheiras e engenheiros, especialmente para jovens mulheres interessadas em seguir carreira nas áreas de ciência e tecnologia.