A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) vai intensificar as ações de segurança em seu campus principal, após uma sequência de ocorrências graves — entre elas, o assassinato de uma mulher e dois casos de assédio sexual registrados em menos de uma semana. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (31) pela reitora Marluce Souza e Silva.
Entre as medidas previstas estão a instalação de câmeras de monitoramento, reestruturação de guaritas, ampliação da equipe de vigilância — incluindo a presença de mulheres — e a adesão ao programa estadual "Vigia Mais MT", voltado à segurança pública e monitoramento eletrônico.
“As câmeras já começaram a ser instaladas. Também estamos estudando a ampliação do número de vigilantes e o reforço na estrutura das guaritas. Mapeamos pontos vulneráveis, como banheiros e paradas de ônibus, para garantir mais proteção à comunidade acadêmica”, afirmou a reitora.
Marluce atribuiu parte da vulnerabilidade atual à situação precária herdada da administração anterior. “Encontramos um campus degradado e inseguro. Agora, estamos empenhados em mudar esse cenário, priorizando a segurança e o acolhimento”, ressaltou.
O caso que mais gerou comoção foi o assassinato de Solange Aparecida Sobrinho, de 52 anos, encontrada morta em um prédio abandonado da universidade no dia 24 de julho. Laudos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) confirmaram que a vítima foi estuprada e morta por estrangulamento.
Solange, que sofria de esquizofrenia, costumava circular diariamente pelo campus e acreditava ser aluna da UFMT, segundo relatos de familiares. “É um episódio profundamente triste, especialmente para nós mulheres, que conhecemos bem o impacto do medo e do assédio no dia a dia”, lamentou a reitora.
Além do homicídio, dois casos de assédio sexual contra estudantes foram registrados nos dias 28 e 30 de julho. Os suspeitos foram detidos e as investigações estão a cargo da Polícia Civil.
A reitora reforçou que a universidade está empenhada em garantir um ambiente mais seguro e acolhedor para todos. “A comunidade acadêmica merece circular com tranquilidade. A segurança no campus é um direito e uma prioridade”, concluiu.