A Câmara Municipal de Cuiabá aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (18), o projeto de lei que moderniza a legislação sobre poluição sonora no município. Com 24 votos favoráveis, a proposta agora conhecida como "Lei Cuiabá Sonora: Desenvolvimento e Bem-Estar" foi desenvolvida através de amplo diálogo entre diversos setores da sociedade, incluindo representantes de bares, restaurantes, casas noturnas, moradores e segmentos culturais da capital.
A nova legislação substitui a antiga Lei nº 3.819/1999 e traz maior clareza sobre horários permitidos, limites de decibéis e sistema de penalidades. Uma das principais inovações é a divisão do dia em três períodos específicos para controle de ruído: o período diurno (das 8h às 22h), o período noturno (das 22h01 às 23h59) e a faixa de silêncio (da 0h às 7h59), quando fica proibida qualquer emissão de som mecanizado ou eletrônico.
Limites diferenciados por tipo de atividade
O texto aprovado estabelece limites de ruído distintos conforme a natureza da atividade. Para festas residenciais, o limite será de até 60 decibéis durante o dia e 55 decibéis no período noturno, sendo completamente vedadas durante a faixa de silêncio. Já bares e restaurantes poderão emitir até 75 decibéis de dia, 70 decibéis à noite e 60 decibéis na faixa de silêncio.
Para eventos abertos e ocasionais, a legislação permite até 85 decibéis, desde que encerrem até 23h59. Os eventos culturais previamente licenciados receberam tratamento diferenciado, podendo atingir até 90 decibéis em picos, sem limitação de horário, reconhecendo assim a importância das manifestações artísticas e culturais para a cidade.
Sistema de penalidades e fiscalização
A nova lei estabelece um sistema progressivo de punições para infrações, com multas que variam de R$ 300 a R$ 50 mil. Nos casos mais graves, as penalidades podem incluir apreensão de equipamentos de som, interdição temporária de estabelecimentos e até mesmo a cassação de alvarás de funcionamento.
Durante a tramitação, três emendas foram incorporadas ao projeto pelos vereadores Ilde Taques (PSB), Daniel Monteiro (Republicanos) e T. Coronel Dias (Cidadania). Entre as modificações aprovadas estão a obrigatoriedade de advertência prévia antes da apreensão de equipamentos, normas para devolução dos itens apreendidos, possibilidade de autodenúncia sem aplicação de multa (com suspensão imediata do som), maior rigor nas exigências de tratamento acústico dos estabelecimentos e autorização para convênios com a Polícia Militar visando fiscalização conjunta.
Próximos passos
O projeto segue agora para sanção do prefeito Abilio Brunini, que deve analisar o texto nas próximas semanas. Segundo o gestor municipal, o objetivo central da nova legislação é equilibrar o direito ao sossego da população com a preservação das atividades culturais e o funcionamento responsável dos estabelecimentos comerciais da capital mato-grossense.
A expectativa é que a nova lei entre em vigor ainda no primeiro semestre de 2025, proporcionando maior segurança jurídica tanto para empresários quanto para moradores, além de criar um ambiente mais harmonioso para o desenvolvimento econômico e cultural de Cuiabá.