Apagão atinge 33 municípios de Mato Grosso e deixa quase 300 mil sem energia na madrugada

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) relatou que a ocorrência teve início às 0h32, após um incêndio atingir um reator na subestação de Bateias, localizada em Campo Largo, no Paraná. O incidente provocou o desligamento completo da estrutura de 500 kV, interrompendo o fluxo de energia entre as regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste.

No momento da falha, a região Sul exportava cerca de 5 mil megawatts (MW) para o Sudeste e Centro-Oeste. Como consequência, houve uma interrupção de 10 mil MW de carga em todo o país. A recomposição começou de forma gradual e, conforme o ONS, em até 1h30 a energia já havia sido restabelecida em quase todas as regiões, com exceção do Sul, onde a normalização completa ocorreu apenas duas horas depois.

Uma reunião técnica foi marcada até sexta-feira (17) para que os principais agentes do setor elétrico analisem as causas do apagão e definam medidas preventivas.

Entenda o apagão

De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), o apagão atingiu o Distrito Federal e pelo menos 15 estados brasileiros, afetando consumidores em todas as regiões do país. O órgão confirmou que o evento teve origem no incêndio da subestação de Bateias, que causou a desconexão do fluxo de energia entre diferentes áreas do sistema interligado.

“Houve uma perturbação de grande porte no Sistema Interligado Nacional (SIN) às 0h32 desta terça-feira”, explicou o ministério.

Segundo a pasta, foi necessário desligar 10 MW de carga de forma controlada, como medida preventiva para evitar danos estruturais no sistema elétrico. O restabelecimento começou nos primeiros minutos após o incidente e, até 1h30 da manhã, a energia já havia retornado em quase todo o país, incluindo as regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.

Como funciona o sistema elétrico nacional

No Brasil, o fornecimento de energia é feito de forma integrada através do Sistema Interligado Nacional (SIN), que conecta praticamente todo o território. Essa rede reúne usinas geradoras, subestações e linhas de transmissão, somando cerca de 180 mil quilômetros de extensão.

Por meio dessa estrutura, a energia gerada em uma região pode ser transferida para outra, garantindo o equilíbrio do fornecimento. No entanto, em situações de falha grave — como a registrada nesta terça-feira — a interligação pode causar um efeito em cadeia, provocando apagões simultâneos em diversos estados.

A Energisa informou que o fornecimento em Mato Grosso já está totalmente normalizado e que continua acompanhando a apuração feita pelo ONS e pelo MME. O objetivo é identificar a origem do incêndio e adotar medidas que impeçam novas interrupções em larga escala.