O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou nesta segunda-feira (6) a atualização do Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à escravidão, conhecido como “Lista Suja”. Foram incluídos 159 novos nomes, sendo 101 pessoas físicas e 58 jurídicas, o que representa um aumento de 20% em relação à versão anterior.
Segundo a Auditoria Fiscal do Trabalho, os casos ocorreram entre 2020 e 2025, período em que 1.530 pessoas foram resgatadas em todo o país. As atividades mais recorrentes foram a pecuária de corte, serviços domésticos, cultivo agrícola e construção civil. Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Bahia lideram em número de novos registros.
Mato Grosso tem 11 empregadores listados
Em Mato Grosso, são 11 empregadores, incluindo o fazendeiro Wilson José de Andrade Guedes, da Fazenda Passagem da Onça, em Chapada dos Guimarães, adicionado na última atualização após fiscalização encontrar um trabalhador em situação análoga à escravidão.
Outros nomes já haviam sido inseridos ao longo do ano, como Roberto dos Santos, Eduardo Antônio Barros da Silva, a Madeireira Medianeira e Vilson Balotin.
Confira a relação completa dos empregadores mato-grossenses:
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Roberto dos Santos – Comodoro (2 trabalhadores resgatados)
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Eduardo Antônio Barros da Silva – Fazenda Filadélfia, Nova Xavantina (1)
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Guizardi Junior Construtora e Incorporadora LTDA – setor da construção
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Madeireira Medianeira LTDA – Nova Maringá (7)
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Manoel dos Santos – Fazenda Sonho Meu, Cuiabá (3)
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RC Mineradora LTDA – garimpo em Alta Floresta (10)
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Tomas Andrzejewski – Fazenda Alto Guaporé, Vila Bela (7)
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Tomaz Edilson Filice Chayb – Fazenda Conquista, Nova Xavantina (3)
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Vilson Balotin – Juína (1)
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Welmiston Aparecido Oliveira Borges – Cáceres (1)
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Wilson José de Andrade Guedes – Chapada dos Guimarães (1)
Transparência e fiscalização
A “Lista Suja” foi criada em 2003 e é publicada a cada semestre. Os nomes permanecem por dois anos, após processo administrativo com direito à ampla defesa. O cadastro é usado como referência por bancos e empresas na concessão de crédito e contratos.
Desde 1995, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel já resgatou mais de 68 mil trabalhadores e garantiu o pagamento de R$ 156 milhões em verbas salariais e rescisórias.
Denúncias podem ser registradas de forma anônima no Sistema Ipê, plataforma oficial do MTE integrada ao fluxo nacional de atendimento às vítimas.
*Com informações MTE - Ministério do Trabalho e Emprego