As obras da Ferrovia Estadual de Mato Grosso, lideradas pela Rumo Logística, atingiram em maio o maior pico de contratações previstas para 2025. Atualmente, cerca de 5 mil trabalhadores estão diretamente envolvidos nas frentes de serviço espalhadas por seis municípios das regiões sul e sudeste do estado, em um trecho de aproximadamente 160 km da primeira etapa do projeto.
A expansão do canteiro de obras tem sido um importante motor para o setor da construção civil, que, mesmo diante do desempenho negativo do mercado de trabalho formal em Mato Grosso no primeiro trimestre, se destacou como o segmento com o maior saldo positivo de vagas.
Enquanto o Brasil encerrou o trimestre com saldo de 71.500 novas vagas formais, Mato Grosso registrou uma perda de 3.544 postos — reflexo da forte redução na agropecuária com o fim da colheita da soja. Na contramão dessa tendência, a construção civil apresentou um saldo positivo de 1.914 novas contratações, superando inclusive o setor de serviços. Dentro desse segmento, as obras de infraestrutura como rodovias e ferrovias cresceram 11,61% em comparação ao trimestre anterior.
“O projeto tem movimentado de forma significativa o setor da construção civil, refletindo diretamente no mercado de trabalho regional. Apenas neste ano, o número de trabalhadores nas obras da ferrovia dobrou. Nossa expectativa é fechar maio com mais de 5 mil colaboradores nas frentes de serviço”, destaca Ângelo Kury, diretor executivo da Ferrovia de Mato Grosso pela Rumo.
Os dados reforçam essa evolução: em janeiro, eram cerca de 2.430 trabalhadores envolvidos no projeto. Em abril, o número saltou para 4.446, e na primeira quinzena de maio já ultrapassava 4.600. Com novas vagas ainda em aberto, a marca de 5 mil funcionários ativos deve ser alcançada até o fim do mês.
A transformação também é sentida nos municípios do entorno. Em Rondonópolis, importante polo logístico do estado, a construção civil cresceu 15,4% no primeiro trimestre — o maior percentual entre as cidades avaliadas. Primavera do Leste e Campo Verde também têm atraído novas empresas, impulsionadas pela infraestrutura ferroviária em expansão.
Obras estratégicas e empregos diretos
Entre os empreendimentos de destaque da ferrovia está o terminal logístico na BR-070, em construção desde outubro de 2024. O local recebe atualmente as obras de um viaduto sobre a rodovia federal, com expectativa de gerar mais de 850 empregos diretos e 1.700 indiretos até sua conclusão em 2026.
Outro projeto importante é a nova fábrica de dormentes, estrutura essencial para os trilhos, cuja operação deve contar com cerca de 100 trabalhadores permanentes.
Além disso, o Terminal de Rondonópolis, já em operação, está em expansão e abriu recentemente cerca de 100 novas vagas de emprego.
“O avanço da ferrovia não representa apenas uma modernização na logística do estado, mas também um impacto social concreto nas cidades ao longo do traçado. São novas oportunidades, qualificação profissional e fomento direto à economia local”, reforça Kury.
Com mais de 700 km de extensão, a Ferrovia Estadual de Mato Grosso ligará Rondonópolis a Lucas do Rio Verde, passando por Cuiabá. A obra é considerada uma das maiores iniciativas de infraestrutura do Centro-Oeste, prometendo conectar polos produtivos, reduzir custos logísticos e fomentar o desenvolvimento regional de forma sustentável.