O governo federal decidiu não instituir o horário de verão em 2024. A decisão foi anunciada hoje (16) pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após reunião com representantes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
“Chegamos á conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para este período”, disse Silveira em coletiva de imprensa em Brasília. Segundo o ministro, a segurança energética está garantida, mesmo diante de uma recuperação hídrica “ainda muito modesta”. Ele destacou que a medida poderá ser reavaliada para o verão de 2025/2026.
Silveira argumentou que o horário de verão deve ser considerado como uma política de impacto positivo tanto no setor elétrico quanto na economia. “Não pode ser fruto de uma avaliação dogmática ou de cunho político”, afirmou, citando a França como exemplo de país que adota o horário de verão por razões econômicas.
O ministro explicou que o pico de custo-benefício da medida ocorre entre outubro e dezembro. “Se decretássemos agora, usufruiríamos muito pouco deste pico, e o planejamento mínimo para os setores se adaptarem inviabilizaria a implementação em tempo hábil”, completou.
Contexto da decisão
O horário de verão foi adotado pela primeira vez no Brasil em 1931 e, após 1985, passou a ser implementado regularmente com o objetivo de reduzir o consumo de energia e beneficiar setores como turismo e comércio. No entanto, desde 2019, essa medida foi suspensa durante o governo Bolsonaro, após o Ministério de Minas e Energia concluir que os hábitos de consumo da população mudaram, melhorando sua eficácia.
Em 2024, a volta da medida foi cogitada como resposta à pior seca da história do Brasil, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). “Embora já haja sinais de superação do momento mais crítico, com chuvas no Sudeste e na cabeceira de alguns rios importantes, nossa principal fonte de energia, a hidrelétrica, requer planejamento”, explicou o ministro.
Popularidade
Uma pesquisa Datafolha divulgada semana mostra que o tema divide opiniões entre os brasileiros: 47% são perfeitos ao horário de verão, enquanto outros 47% dizem contrários e 6% se declaram indiferentes. O levantamento reuniu 2.029 pessoas em 113 cidades.
Outro estudo, realizado pelo portal Reclame Aqui e pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), apontou que 54,9% da população apoia a volta da medida, com 41,8% sendo totalmente favoráveis e 13,1%, parcialmente favoráveis.