O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quarta-feira (11) uma proposta para enfrentar as queimadas e os impactos da estiagem prolongada no Brasil. Em entrevista à rádio Norte FM, Lula revelou que está considerando utilizar os jovens em formação militar para reforçar as linhas de combate a desastres climáticos.
“Eu sugeri ao comandante do Exército, general Tomás Paiva, que aproveitemos os jovens que estão prestando serviço militar para treiná-los na Defesa Civil. Assim, eles estariam preparados para enfrentar desastres climáticos”, afirmou Lula. O presidente destacou que o Brasil pode formar cerca de 70 mil jovens por ano, que seriam capacitados para atuar na defesa do meio ambiente e combate a queimadas.
O presidente também ressaltou a importância de preparar a população para enfrentar desastres, citando o exemplo dos brigadistas voluntários no Pantanal. “Queremos ter milhões de pessoas preparadas para enfrentar a questão das queimadas no Brasil”, disse Lula.
Além disso, Lula voltou a enfatizar o compromisso do governo com as questões climáticas. Em visita ao Amazonas na terça-feira (10), o presidente anunciou a criação de uma autoridade nacional para o clima e a edição de uma medida provisória com um “estatuto jurídico” para a emergência climática. “Queremos levar a sério a questão climática. Não é mais uma questão secundária, é responsabilidade de todos nós”, afirmou.
O governo ainda não detalhou o modelo da nova autoridade climática, se ela será uma instância superior aos ministérios ou ligada ao Ministério do Meio Ambiente, nem se terá orçamento próprio ou qual será seu chefe.
Lula também abordou a necessidade de financiamento internacional para a preservação da Amazônia e a proteção dos moradores da região. “Precisamos que o mundo entenda que, sob cada copa de árvore, mora uma pessoa. A preservação da floresta deve ser uma forma de sustento para essas pessoas”, disse.
O presidente também comentou sobre o avanço do garimpo na região Norte e a proteção aos indígenas Yanomami. Lula expressou preocupação com a desnutrição e as condições de vida dos indígenas, afirmando que o governo está enviando ajuda e investigando possíveis vínculos do governador de Roraima, Antonio Denarium, com o garimpo ilegal. “Estamos tentando proibir o garimpo, mas a situação é complexa. Destruímos equipamentos, mas eles surgem novamente rapidamente”, concluiu.
O governo continua a trabalhar para enfrentar esses desafios e implementar as medidas necessárias para proteger o meio ambiente e melhorar as condições de vida das populações afetadas.