O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (9) a instalação do Centro de Operações de Emergência (COE) para dengue e outras arboviroses. Segundo a ministra Nísia Trindade, a iniciativa visa estabelecer um planejamento coordenado com estados, municípios, pesquisadores e instituições científicas, além de outras pastas do governo.
O centro terá como principais objetivos a antecipação ao período sazonal da dengue para adequação das redes de saúde, mitigação de riscos para prevenção de casos e óbitos, ampliação de medidas preventivas em estados e municípios, além de promover uma articulação nacional para responder a situações críticas.
Paralelamente, a ministra apresentou o novo Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika, estruturado em seis eixos. A atualização do plano, cuja versão anterior datava de 2022, foi necessária após o Brasil enfrentar sua maior epidemia de dengue em 2024, com 6,4 milhões de casos prováveis e 6 mil óbitos registrados.
Entre as principais medidas anunciadas pelo ministério está a expansão do método Wolbachia, que passará de três para 40 cidades em 2025. O plano também prevê a implantação de insetos estéreis em aldeias indígenas, borrifação residual em áreas de grande circulação como escolas e asilos, além da instalação de 150 mil estações disseminadoras de larvicidas na primeira fase do projeto. No Distrito Federal, serão implementadas cerca de 3 mil estações disseminadoras na região do Sol Nascente, com previsão de expansão para outras áreas periféricas do país.
No que diz respeito à vacinação, a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, informou que o ministério já garantiu todo o estoque disponível de vacinas contra dengue para 2025, totalizando 9,5 milhões de doses. A prioridade será intensificar a imunização entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, especialmente considerando que ainda há cerca de 3 milhões de doses distribuídas em 2024 que não foram aplicadas.
Quanto ao cenário atual da doença, dados do ministério indicam que em 2025, até o dia 8 de janeiro, foram notificados 10,1 mil casos prováveis de dengue, com 10 mortes em investigação. O novo plano de contingência e as medidas anunciadas buscam conter o avanço da doença e evitar que os números alcancem os patamares do ano anterior.