A nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada na terça-feira (14), projeta que o Brasil deve colher 354,7 milhões de toneladas de grãos na safra 2025/26 um aumento de 0,8% em relação ao ciclo anterior, que já havia sido recorde.
Apesar do avanço, o cenário apresenta contrastes. A área plantada deve crescer 3,3%, chegando a 84,4 milhões de hectares, mas a produtividade média tende a recuar 2,4%, ficando em 4.306 quilos por hectare. Segundo a Conab, o desempenho reflete os efeitos do clima e o aumento no custo dos insumos.
A soja continua sendo o carro-chefe da produção nacional. O país deve colher 177,6 milhões de toneladas, crescimento de 3,6% e novo recorde histórico. O resultado é impulsionado pela ampliação da área plantada, que chegará a 49 milhões de hectares. Com a demanda internacional aquecida e preços mais firmes, o grão mantém o protagonismo no campo.
Já o milho apresenta retração. A produção deve cair para 138,6 milhões de toneladas, redução de 1,8% em relação à safra anterior. Embora a área tenha aumentado 3,9%, a produtividade deve cair 5,4%, impactada por estiagens e custos de manejo.
No algodão, a estimativa é de 4 milhões de toneladas, leve recuo de 1,1%. A área plantada sobe 2,5%, mas a produtividade tende a cair para 1.885 quilos por hectare.
O arroz enfrenta retração mais acentuada: a produção projetada é de 11,4 milhões de toneladas, queda de 10,1%. A área cultivada diminui 5,6%, e a produtividade cai 4,8%. O feijão segue a mesma linha, com previsão de 3,04 milhões de toneladas e reduções tanto em área quanto em rendimento.
O trigo, ainda em colheita, deve encerrar o ciclo com 7,6 milhões de toneladas 2,4% a menos que o ciclo anterior, embora acima da projeção anterior da Conab. Já o sorgo se destaca positivamente, com crescimento estimado de 8,4%, chegando a 6,6 milhões de toneladas, impulsionado pela expansão de 10% na área cultivada.
Para os produtores, os números reforçam a necessidade de planejamento. A soja e o sorgo aparecem como as culturas mais promissoras, enquanto milho, arroz e feijão exigem cautela diante das oscilações climáticas e de mercado. Mesmo com os desafios, o Brasil segue consolidado como um dos maiores produtores de alimentos do mundo e peça-chave no abastecimento global.
*Com informações da CONAB