Ronaldo Fenômeno revelou mais detalhes sobre sua decisão de abandonar a candidatura à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

O ex-atacante afirmou que encontrou barreiras intransponíveis no processo e sequer conseguiu diálogo com os presidentes das federações estaduais.

"Eu sabia que era difícil, mas não imaginava que era impossível", declarou Ronaldo ao podcast Charla. "Minha família, meus filhos, minha mulher, ninguém queria que eu entrasse nessa. Mas eu sentia que precisava tentar", completou.

O bicampeão mundial explicou que sua motivação vinha da paixão pelo futebol e do desejo de contribuir para a evolução do esporte no Brasil. "Convenci minha família, meus amigos, juntei minha equipe e fui para a luta.

Mas o sistema não permite a entrada de ninguém de fora. Tanto que, historicamente, nunca houve uma eleição na CBF com dois candidatos. Quem está no poder se reelege ou escolhe o sucessor", afirmou.

Ronaldo anunciou sua desistência no dia 12 de março, por meio de um comunicado em suas redes sociais. Ele destacou que 23 das 27 federações estaduais fecharam as portas para sua candidatura, preferindo manter o apoio à atual gestão de Ednaldo Rodrigues.

"Se a maioria acredita que o futebol brasileiro está bem administrado, minha opinião não faz diferença", declarou o ex-jogador.

Para formalizar a candidatura, Ronaldo precisava do apoio de pelo menos quatro federações e quatro clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.

Como não conseguiu reunir os apoios necessários, sequer pôde avançar no processo. Ele também criticou as regras eleitorais da CBF, que dão peso três ao voto das federações, enquanto os clubes da Série A têm peso dois e os da Série B, um.

Na prática, é possível vencer a eleição apenas com os votos das entidades estaduais. "Não tive a chance de apresentar meu projeto e nem de ouvir as federações. Não houve abertura para diálogo", lamentou.

Os rumores sobre a candidatura de Ronaldo surgiram ainda em 2024, após a venda de 90% da SAF do Cruzeiro. A especulação se fortaleceu em dezembro, quando ele foi tema de uma reportagem do Jornal Nacional, da Globo, mencionando sua intenção de disputar o comando da CBF.

Na época, Ronaldo defendia um projeto de investimento privado para o crescimento do futebol em todos os estados do país e queria recuperar a credibilidade da CBF.

Segundo ele, era fundamental resgatar o respeito pelo futebol brasileiro, unindo paixão e inovação para modernizar a entidade. No entanto, o ex-atacante encontrou um cenário fechado e acabou deixando a disputa.