O clube paraguaio Cerro Porteño enviou, na última sexta-feira (7/3), uma carta oficial à presidente do Palmeiras, Leila Pereira, pedindo desculpas pelos atos racistas cometidos por torcedores contra o jovem atleta Luighi durante partida da Copa Libertadores Sub-20.
Na correspondência, o clube paraguaio lamentou o "repudiável e triste comportamento" de pessoas que estavam nas arquibancadas do estádio Gunther Vogel, no Paraguai, e prometeu buscar a identificação dos responsáveis pelos insultos.
"Expressamos nossas mais sinceras desculpas pelo lamentável, repudiável e triste comportamento de certas pessoas que se encontravam nas arquibancadas. Em especial, queremos expressar e estender nossas desculpas aos jogadores Luighi e Figueiredo. Sinceramente acreditamos que nada que possamos escrever pode apagar os vergonhosos atos de racismo perpetrados por estes desajustados sociais", afirma trecho da carta enviada à presidente palmeirense.
Incidente durante partida de Libertadores Sub-20
O episódio de racismo ocorreu durante a vitória do Palmeiras sobre o Cerro Porteño por 3 a 0, pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores Sub-20. Torcedores do clube paraguaio, incluindo um que carregava uma criança de colo, foram flagrados imitando gestos de macaco e cuspindo na direção dos jogadores brasileiros Luighi e Figueiredo.
Após a partida, visivelmente abalado, Luighi protestou enquanto chorava durante entrevista a um repórter: "O que fizeram comigo é crime, não vão perguntar sobre isso?".
O caso gerou forte repercussão no meio esportivo. Em nota oficial, clubes rivais do Palmeiras e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) manifestaram-se pedindo rigor na punição contra os racistas. A Conmebol, entidade que organiza o torneio, também se pronunciou afirmando que "medidas disciplinares apropriadas serão implementadas".
Até mesmo o atacante brasileiro Vini Jr., do Real Madrid, que frequentemente levanta a bandeira contra o racismo no futebol europeu, manifestou apoio ao jovem atleta de 18 anos nas redes sociais.
Pedido de exclusão e medidas anunciadas
Em coletiva de imprensa realizada após o incidente, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, foi contundente ao exigir a exclusão do Cerro Porteño de todas as competições organizadas pela Conmebol como forma de punição.
Em resposta, além do pedido de desculpas, o clube paraguaio informou que solicitará auxílio da Polícia Nacional e do Ministério Público do Paraguai para identificar os responsáveis pelos atos racistas. Segundo a carta, o Cerro Porteño pretende tomar medidas para impedir que o torcedor identificado frequente qualquer estádio do país.
O Palmeiras volta a campo pela Libertadores Sub-20 neste domingo (9/3), quando enfrenta o Independiente del Valle, a partir das 19h, pela terceira rodada do torneio.