A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) pode suspender as aulas por falta de recursos financeiros. O alerta foi feito nesta quarta-feira (9) pela reitora Marluce Aparecida Souza, que pediu apoio emergencial do Governo do Estado, da bancada federal e da sociedade civil para evitar o colapso das atividades na instituição.
Segundo a reitora, a infraestrutura do campus, já comprometida, foi ainda mais afetada pelas chuvas que atingiram Cuiabá nos últimos dias. No prédio do antigo COT, salas de aula foram alagadas durante o temporal da última terça-feira (8). Situações semelhantes, segundo ela, vêm se repetindo desde dezembro do ano passado.
“A universidade está enfrentando sérias dificuldades. A condição das nossas estruturas é precária, e as chuvas agravaram ainda mais o cenário. Se não houver uma resposta rápida, poderemos ter que suspender as aulas”, disse em entrevista ao programa A Notícia de Frente.
A UFMT aguarda a homologação do orçamento por parte do Governo Federal, mas a reitora afirma que a liberação imediata de recursos é fundamental para manter a universidade funcionando. “Precisamos de apoio urgente, caso contrário, a universidade pode parar”, alertou.
Campanha mobiliza sociedade
Diante da crise, a UFMT lançou a campanha “Amigos da UFMT”, com o objetivo de arrecadar doações financeiras e de mão de obra para a realização de reparos emergenciais. A iniciativa busca garantir condições mínimas para o funcionamento da universidade, que atende mais de 25 mil estudantes.
Obras paradas e hospital afetado
Outro problema enfrentado pela instituição envolve a paralisação de seis obras previstas no campus por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Impasses em processos licitatórios travaram os projetos, e a UFMT solicitou ao Ministério da Educação a substituição dos objetos contratados para viabilizar o uso dos recursos. “Estamos aguardando retorno. Com uma resposta positiva, ainda conseguimos executar parte das obras”, explicou Marluce.
Além da universidade, o Hospital Universitário Júlio Müller, vinculado à UFMT, também sofre com a deterioração da estrutura física. Com mais de 50 anos de funcionamento, o hospital enfrenta os mesmos problemas de falta de manutenção e recursos.
Reitora reforça papel social da UFMT
Durante a entrevista, a reitora destacou a importância da universidade para Mato Grosso e relembrou momentos em que a UFMT atuou em situações emergenciais, como durante as enchentes dos anos 2000, quando o ginásio do campus foi utilizado como centro de apoio às vítimas.
“A UFMT é pública, gratuita e a maior universidade do estado. Já esteve ao lado da população em momentos difíceis. Agora, precisa de ajuda. É hora de unir esforços para garantir a continuidade desse serviço essencial para a sociedade”, finalizou.