Carlos Araújo, filho do ex-prefeito José Carlos do Pátio, foi flagrado durante a sessão desta quarta-feira (9), na Câmara Municipal de Rondonópolis, incentivando manifestações de servidores da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (CODER) contra os vereadores. Em determinado momento, ele chegou a pedir que os presentes virassem de costas para a tribuna, num gesto de repúdio aos discursos proferidos no plenário.
A ação de Carlos ocorreu enquanto a Câmara discutia temas relacionados à crise da CODER, que acumula dívidas superiores a R$ 260 milhões e se encontra sem certidões negativas, impedida de contratar com o poder público e considerada financeiramente inviável. Diante do cenário, a atual gestão do prefeito Cláudio Ferreira anunciou o processo de liquidação da empresa, com base em parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Apesar da grave situação financeira e administrativa da companhia, parte dos servidores tem sido mobilizada para protestar contra a decisão da Prefeitura. Segundo relatos, o movimento tem contado com a articulação de figuras ligadas à antiga gestão municipal, como Carlos Araújo, ligado diretamente ao ex-prefeito Zé do Pátio, que comandou o município por oito anos e, segundo a atual administração, nada fez para reverter a crise da empresa.
A postura de Carlos, ao incentivar atos de desordem durante uma sessão oficial da Câmara, foi interpretada por parlamentares e por representantes do Executivo como uma tentativa da antiga gestão de instrumentalizar o descontentamento dos trabalhadores para promover desgaste político ao atual governo.
Para a atual gestão municipal, a crise da CODER é resultado de anos de má administração e omissão, especialmente durante as gestões anteriores. A liquidação da empresa, ainda de acordo com a Prefeitura, busca encarar a realidade orçamentária e legal da companhia e evitar que o problema se agrave ainda mais.
A mobilização desta quarta-feira expôs mais um capítulo da disputa política envolvendo a CODER, onde, segundo interlocutores da Prefeitura, a velha política tenta se reerguer usando o sofrimento dos servidores como ferramenta de pressão.