O Tribunal de Justiça de São Paulo negou o recurso do apresentador Dudu Camargo, que buscou reduzir em 90% o valor da indenização por danos morais a ser pago à cantora Simony. Assim, o comunicador terá que arcar com o pagamento de R$ 30 mil, conforme determinado na decisão anterior. A ação judicial foi movida por Simony após Dudu apalpar seu seio, sem consentimento, durante uma transmissão ao vivo no Carnaval de 2020.
O julgamento reforçou que o comportamento de Dudu foi inapropriado e desrespeitoso: “O réu exteriorizou em diversos momentos falas de cunho sexual, bem como praticou atitudes e gestos no mesmo sentido. O fato de um autor ter-lhe dado um “selinho”, por instigação do colega de trabalho, na ocasião o coapresentador, não poderia, de forma alguma, ser interpretado como um aval para que agisse de forma desrespeitosa e desmedida”.
Simony comemorou a decisão nas redes sociais: “Hoje ganhei mais uma ação na justiça. Estou muito feliz. Entendam, não é dinheiro, é respeito. Meu corpo, minhas regras. Quantas mulheres passam por importunação sexual e são desacreditadas? Essa vitória não é só minha, é nossa”.
O caso
O incidente ocorreu em 21 de fevereiro de 2020, durante a estreia de Simony como apresentadora do programa Bastidores do Carnaval, da RedeTV!, ao lado de Nelson Rubens. Segundo a decisão judicial, Dudu Camargo tocou a cantora de forma insistente e desrespeitosa, sem sua autorização, mesmo após elogiar seu vestimenta.
O magistrado Fernando de Lima Luiz destacou que a situação se agravou quando o apresentador tocou a pele da cantora na região dos seios, causando desconforto visível. O juiz também observou que não era cabível exigir uma ocorrência mais contundente por parte de Simony, considerando que o ocorrido se deu em um ambiente de trabalho, durante uma transmissão ao vivo.
Repercussão
Dudu Camargo, em sua defesa, negou ter feito qualquer intenção maliciosa ou praticada atos com conotação sexual. No entanto, o Tribunal reafirmou a gravidade da conduta, reiterando o direito de Simony a uma peça moral.
Com a vitória judicial, Simony segue como uma das vozes em defesa das mulheres que enfrentam situações de importunação sexual, destacando a importância de respeito ao corpo e aos limites individuais.