O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, aumentar a taxa Selic em 1 ponto percentual, elevando-a para 12,25% ao ano. A decisão superou as expectativas do mercado financeiro, que projetava uma alta de 0,75 ponto percentual.
Justificativa da decisão
Em comunicado oficial, o Copom atribuiu a elevação às incertezas externas e aos impactos do pacote fiscal do governo. O comitê destacou que os desenvolvimentos recentes da política fiscal afetaram significativamente os preços dos ativos e as expectativas econômicas, incluindo o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio.
Perspectivas futuras
O Banco Central sinalizou que, caso os cenários atuais se confirmem, deve manter o ritmo de alta nos próximos dois encontros, em janeiro e março, que serão comandados pelo futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo.
Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou inflação de 0,39%, acumulando alta de 4,87% em 12 meses. Este valor está acima do teto da meta de inflação para 2024, que é de 4,5%.
Projeções do Banco Central:
- IPCA 2024: 4,9%
- IPCA 2025: 4,5%
- IPCA até o segundo trimestre de 2026: 4%
Impactos econômicos
A elevação da taxa Selic tem como objetivo principal conter a inflação, encarecendo o crédito e estimulando a poupança. Essa é a terceira alta consecutiva, fazendo com que a taxa retorne ao patamar de dezembro do ano anterior.
O mercado projeta crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,39% para 2024, após o crescimento de 0,9% no segundo trimestre deste ano.
Os próximos passos da política monetária serão acompanhados de perto pelos agentes econômicos, especialmente considerando as incertezas externas e os desafios fiscais do país.