Inflação projetada para 2025 recua e permanece abaixo do teto da meta, aponta Focus

O novo recuo nas projeções ocorre após o resultado da inflação de outubro, que registrou alta de 0,09%, o menor índice para o mês desde 1998. Com isso, o acumulado em 12 meses caiu para 4,68%, rompendo pela primeira vez, em oito meses, a barreira dos 5%.

Há um mês, o Focus projetava IPCA de 4,56% para 2025. Na semana passada, o índice já havia sido reduzido para 4,46%, patamar mantido nesta edição. Para os anos seguintes, o relatório prevê inflação de 4,18% em 2026 e 3,80% em 2027.

Juros: Selic permanece em 15% ao ano

Para conduzir a inflação à meta, o Banco Central mantém como principal ferramenta a taxa Selic, fixada atualmente em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa foi mantida nas últimas três reuniões, em meio à combinação de economia em desaceleração e descompressão dos preços.

Apesar disso, o Copom voltou a sinalizar que poderá elevar os juros “caso considere necessário”, considerando o cenário internacional volátil, influenciado sobretudo pela economia dos Estados Unidos e o ambiente doméstico, onde a inflação ainda se mantém distante do centro da meta.

As projeções dos analistas indicam que a Selic deve terminar 2025 no atual patamar de 15%, cenário inalterado há 22 semanas. Para 2026, houve leve ajuste: de 12,25% para 12%. Já para 2027, o mercado prevê fechamento em 10,50%.

Juros mais altos encarecem o crédito e freiam a demanda, pressionando a desaceleração da inflação. Quando a Selic cai, ocorre o efeito inverso: o crédito tende a ficar mais acessível, estimulando a economia, mas reduzindo o controle sobre os preços.

Câmbio permanece estável nas projeções

As estimativas para o dólar seguiram sem mudanças. O mercado espera a moeda americana cotada a R$ 5,40 ao fim de 2025. Para 2026 e 2027, permanecem as mesmas previsões das semanas anteriores: R$ 5,50.