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Confronto entre Polícia Militar e Indígenas deixa 15 feridos no Mato Grosso do Sul

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Confronto entre Polícia Militar e Indígenas deixa 15 feridos no Mato Grosso do Sul
Imagem: Divulgação / Reprodução

Uma ação da Polícia Militar na manhã desta quarta-feira (27) para desbloquear a Rodovia MS-156 resultou em confronto violento com comunidades indígenas Terena e Guarani Kaiowá, deixando pelo menos 15 pessoas feridas, incluindo mulheres e crianças.

 

Os indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó estavam protestando contra a histórica falta de água na região. Segundo lideranças locais, aproximadamente 18 mil indígenas dependem de apenas três poços, uma situação crítica que se arrasta por cerca de cinco anos.

 

Ação Policial

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Tropa de Choque avançou contra os manifestantes, inicialmente na rodovia, empurrando-os para a reserva e, posteriormente, invadindo a Aldeia Jaguapiru. A entidade denunciou que os policiais "atacaram moradias, idosos, crianças e uma escola", arremessando bombas e atirando "em tudo o que se movia".

 

Feridos e Prisões

- 15 indígenas feridos
- Três pessoas (duas mulheres e uma criança) necessitaram internação hospitalar
- Dois indígenas foram presos


Em nota, o governo de Mato Grosso do Sul afirmou que a ação policial ocorreu após "esgotadas todas as vias de negociação" e visava garantir os "direitos constitucionais", removendo bloqueios e garantindo a paz.

 

Ministério da Saúde

A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) informou que:


- Distribui mais de 70 mil litros de água potável semanalmente
- Negocia fornecimento adicional de 100 mil litros diários
- Está perfurando dois novos poços, com conclusão prevista em 40 dias

 

"Queremos apenas água. Água para viver, para tomar banho, para cozinhar, para comer, para dar remédio para nossos patrícios", declarou a indígena Luzinete Reginaldo.

 

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) criticou duramente a ação: "A polícia não pode entrar na área indígena. Se morrer um indígena hoje em Dourados, a responsabilidade será do secretário de Segurança Pública e do comando da polícia".

 

Às 16h35, a rodovia permanecia interditada, com um número crescente de indígenas se dirigindo à região, incluindo crianças e idosos.


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