O debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, organizado pela RedeTV! e o portal Uol na manhã desta terça-feira (17), foi palco de novas brigas, trocas de acusações, gritos e inúmeros pedidos de direito de resposta. O encontro, que começou às 10h20, ocorreu em meio a um clima tenso, alimentado por um incidente violento ocorrido no debate anterior.
No domingo (15), durante um debate na TV Cultura, o apresentador José Luiz Datena (PSDB) agrediu o candidato Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeirada. O episódio foi um dos focos da discussão no encontro desta terça, com Marçal comparando o comportamento de Datena ao de um “orangotango” e acusando-o de tentativa de homicídio. Datena, por sua vez, reconheceu o erro, mas justificou suas ações em defesa de sua família, afirmando que "não bateria em covarde duas vezes".
A situação esquentou ainda mais quando Marçal e o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), se envolveram em uma discussão acalorada, interrompendo temporariamente o debate. Marçal usou apelidos para se referir aos adversários e recusou a água oferecida pela organização. Ele também questionou Nunes sobre um boletim de ocorrência de violência doméstica registrado em 2011, enquanto Nunes contra-atacou mencionando a condenação de Marçal por furto qualificado em 2010.
Além de Datena, Marçal e Nunes, participaram do debate os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo). No segundo bloco, as trocas de acusações continuaram, com Marina acusando Tabata de usar jatinho para viagens pessoais – alegação prontamente negada por Tabata, que classificou a acusação como um “delírio grave”.
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Divulgação/RedeTV
Medidas preventivas, como cadeiras parafusadas no chão, foram adotadas para evitar novas agressões, e a organização do debate reforçou que agressões verbais resultariam na expulsão dos candidatos envolvidos.
O incidente de domingo levou a Polícia Civil a abrir um inquérito para investigar Datena por lesão corporal e injúria. Além disso, Datena representou criminalmente contra Marçal por calúnia e difamação na Justiça Eleitoral.
O clima hostil entre os candidatos e a ausência de propostas concretas marcaram um dos debates mais conturbados da corrida eleitoral de 2024 em São Paulo.