Bolsonaro é preso preventivamente após pedido da PF; decisão ocorre às vésperas do início da pena

A defesa de Bolsonaro afirmou que ainda não havia sido comunicada oficialmente da prisão até as 6h40.

Descumprimento de medidas cautelares

Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto por descumprir determinações do STF, como o uso indireto de redes sociais para divulgar mensagens contra o Judiciário e para estimular narrativas golpistas. Ele também tentou participar de manifestações por telefone, levando o ministro Moraes a converter as medidas restritivas em prisão domiciliar.

Condenação a 27 anos no caso da tentativa de golpe

Em setembro, Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do STF a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e danos ao patrimônio público.

A Corte entendeu que o ex-presidente liderou, política e intelectualmente, uma articulação golpista após a derrota de 2022. Entre as provas utilizadas estão:

• minuta de decreto golpista apresentada aos comandantes militares;

• relatos de pressão sobre o Exército e a Aeronáutica;

• o documento conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”, que previa ações contra Lula, Alckmin e Moraes;

• mensagens internas e delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

Investigação paralela e risco de fuga

A prisão domiciliar decretada em agosto se relaciona a outra investigação, sobre suposta articulação de Eduardo Bolsonaro para pressionar o STF por meio de autoridades dos EUA. Segundo a PF, Bolsonaro descumpriu medidas e representava risco de fuga.

Situação atual

Com a prisão preventiva, Bolsonaro permanece na sede da PF em Brasília, enquanto sua defesa prepara novos recursos.