Mato Grosso

Mato Grosso tem 20 empregadores na nova "Lista Suja" do trabalho escravo

Publicado às

11h24

09/10/2024

Imagem: Divulgação / Reprodução

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou nesta segunda-feira a mais recente atualização do Cadastro de Empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão, popularmente conhecido como "Lista Suja". Em Mato Grosso, 20 empregadores, incluindo pessoas físicas e jurídicas, foram identificados, envolvendo 88 trabalhadores em situação irregular.

Destaques estaduais

Entre os casos identificados no estado, destacam-se diversos setores econômicos, como garimpo, construção civil e atividades rurais. Alguns dos empregadores listados incluem:

- Carlos Vitor de Oliveira, do garimpo Chumbo Grosso em Novo Mundo
- Construtora Portal Ltda., em Tangará da Serra
- RC Mineradora, na Comunidade de Ourolândia, Alta Floresta
- Madeireira Medianeira, em Nova Maringá

Panorama nacional

Em todo o país, 176 empregadores foram incluídos na nova atualização, com 20 casos relacionados a trabalho doméstico. As atividades econômicas com maior incidência são:

1. Produção de carvão vegetal (22 casos)
2. Criação de bovinos (17 casos)
3. Extração de minerais (14 casos)
4. Cultivo de café e construção civil (11 casos cada)

A atualização também removeu 85 empregadores que completaram o período de dois anos de inclusão no cadastro.

Processo de fiscalização

André Roston, coordenador-geral de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Análogo ao de Escravo e Tráfico de Pessoas do MTE, ressalta que "a atualização reforça o compromisso do Estado com a transparência e a conscientização da sociedade sobre essa grave violação de direitos humanos no Brasil".

Durante as fiscalizações, são emitidos autos de infração para cada irregularidade encontrada, gerando processos administrativos nos quais são assegurados o contraditório e a ampla defesa aos autuados em duas instâncias.

Sobre a Lista Suja

O cadastro é atualizado semestralmente e tem como objetivo dar transparência às ações fiscais de combate ao trabalho análogo à escravidão. A lista serve como importante instrumento de combate a práticas trabalhistas irregulares e violações de direitos humanos no país.