Édio Nogueira, dono da Fazenda Cristo Rei, localizada em Paranatinga (a 375 km de Cuiabá), foi apontado como o maior desmatador da Amazônia, acumulando uma dívida milionária com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O fazendeiro já foi autuado em R$ 50 milhões por desmatar quase 24 mil hectares de mata nativa, área equivalente a 22 mil campos de futebol.
A fazenda pertence à Agropecuária Rio da Areia, que Nogueira administra. Localizada a 18,5 km do Parque Nacional do Xingu, a propriedade também foi alvo de uma multa de R$ 2 milhões em 2020, pelo uso irregular de agrotóxicos. Apesar de alegar nas redes sociais que a empresa adota práticas sustentáveis, como o uso de energias renováveis e reflorestamento, o empresário continua acumulando infrações ambientais.
Em julho de 2023, Nogueira assinou um acordo com o Ministério Público de Mato Grosso (MPE), no qual cedeu 10 mil hectares para a criação de um parque natural no Pantanal, encerrando uma ação civil pública que poderia durar mais de uma década. No entanto, apenas dois meses depois, sua empresa foi novamente multada em R$ 13,5 milhões por destruir vegetação nativa no Pantanal. Além disso, a Agropecuária Rio da Areia foi penalizada em R$ 1 milhão pelo uso de agrotóxicos, e 2.538 hectares de sua propriedade foram embargados pelo Ibama. Essas multas continuam pendentes de homologação no sistema do órgão ambiental.
Venda Internacional
A área cedida para a criação do parque natural tem uma história intrigante. Em 2009, a revista Época Negócios revelou que a fazenda estava sendo negociada nos Estados Unidos pela imobiliária Hall and Hall, especializada em vender propriedades rurais, incluindo ranchos e fazendas.