A endometriose, doença silenciosa que afeta cerca de 7,5 milhões de brasileiras, segundo dados do Ministério da Saúde, segue como uma das principais causas de dor pélvica crônica e infertilidade no país. Apesar da alta incidência e do difícil diagnóstico, o tema ganha novo reforço em Mato Grosso com a promulgação, pelo presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi, de uma política estadual que amplia a conscientização, o acesso ao diagnóstico precoce e o atendimento especializado para mulheres que convivem com a doença.
Um dos maiores desafios é o tempo até o diagnóstico, que pode ultrapassar 7 a 10 anos. Isso acontece porque muitos sintomas são confundidos com cólicas “normais”, Síndrome do Intestino Irritável ou problemas emocionais. Sem tratamento, a doença pode avançar e até comprometer órgãos.
Impacto social e emocional
Além da dor física, a endometriose traz consequências profundas na vida social e profissional das mulheres. Muitas relatam dificuldades para manter produtividade no trabalho, falta de acolhimento familiar e até julgamentos por parte de profissionais de saúde.
Estudos indicam que a doença está entre as principais causas de:
afastamento do trabalho
depressão e ansiedade
dificuldade para engravidar
perda da qualidade de vida
Por isso, especialistas defendem que o combate à endometriose passa também por educação pública, acolhimento e atendimento multidisciplinar.
Mato Grosso avança com projeto de Max Russi para fortalecer políticas de atenção à endometriose
Com o objetivo de enfrentar esses desafios, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou um projeto de autoria do presidente Max Russi, voltado a garantir atenção integral à saúde da mulher com endometriose. A iniciativa institui no Estado programas permanentes de:
Conscientização e Educação
- Campanhas anuais sobre sinais, sintomas e importância do diagnóstico precoce.
- Distribuição de materiais educativos nas escolas, postos de saúde e hospitais.
- Capacitação de profissionais da atenção básica para identificar casos suspeitos.
Atenção e acolhimento no SUS
- Criação de diretrizes para atendimento especializado em endometriose.
- Priorização de exames essenciais, como ultrassom transvaginal com preparo intestinal e ressonância.
- Encaminhamento ágil para especialistas e centros de referência.
Política Estadual de Proteção à Mulher com Endometriose
O projeto aprovado estabelece uma política pública que inclui:
- organização de rede integrada de atendimento;
- apoio psicológico e social às pacientes;
- ações preventivas e educativas permanentes;
- inclusão de dados epidemiológicos no planejamento estadual.
Segundo Max Russi, o objetivo é romper o ciclo de sofrimento silencioso vivido por milhares de mato-grossenses que convivem com a doença, muitas vezes sem diagnóstico.
“A endometriose afeta a vida da mulher de forma profunda. Precisamos oferecer acolhimento, informação e acesso a tratamento adequado. Este projeto garante que o Estado reconheça essa realidade e atue para mudar vidas”, destacou o parlamentar durante a votação.
Por que o projeto é importante para Mato Grosso?
Mato Grosso possui uma rede de saúde dispersa territorialmente, e muitas mulheres das regiões rurais ou distantes de polos urbanos têm dificuldade de acesso a especialistas. O novo programa:
- reduz o tempo do diagnóstico;
- cria fluxo padronizado no SUS;
- facilita exames e tratamentos;
- fortalece o registro de casos;
- amplia o debate público sobre saúde menstrual.
A iniciativa também segue uma tendência nacional, já que outros estados como São Paulo e Paraná criaram políticas semelhantes, reconhecendo a endometriose como questão de saúde pública.
Tratamento e qualidade de vida
O tratamento da endometriose depende do quadro clínico e pode incluir:
- Acompanhamento ginecológico especializado
- Terapias hormonais que reduzem a inflamação
- Cirurgia laparoscópica para remoção de lesões
- Fisioterapia pélvica, muito eficaz no alívio da dor
- Apoio psicológico
O mais importante é que a mulher busque atendimento logo nos primeiros sinais, evitando complicações.
A endometriose é uma doença séria, incapacitante e historicamente negligenciada. Com a aprovação do projeto do presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi, Mato Grosso dá um passo importante na construção de uma política permanente de proteção, diagnóstico precoce e acolhimento às mulheres que convivem com essa condição.
A medida representa mais do que uma lei: é um reconhecimento do sofrimento silencioso de milhares de mato-grossenses e um compromisso público com a saúde feminina.