O Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), referência no atendimento a vítimas de queimaduras em Mato Grosso, já atendeu 179 pacientes entre janeiro e junho de 2025. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), responsável pela gestão da unidade por meio da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP).
Do total de atendimentos, 132 pacientes passaram pela enfermaria e outros 47 foram internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Entre as vítimas estão crianças e adultos que sofreram queimaduras causadas por materiais inflamáveis, acidentes de trabalho e colisões automobilísticas.
De acordo com Eduardo Andraus, secretário-adjunto de Atenção Hospitalar e Complexo Regulador, o CTQ cuiabano é a única unidade especializada existente no estado. “O objetivo dela é reduzir a mortalidade dos pacientes queimados, e isso passa por um atendimento de urgência rápido, que evita infecções, mortes por desidratação. Também previne com cuidados de cirurgia plástica em casos com grandes sequelas na pele, como retrações cutâneas e perdas teciduais graves causadas por necrose decorrente da queimadura”, explica.
Além do atendimento nas enfermarias e na UTI, o CTQ conta com equipamentos e uma equipe especializada na reabilitação dos pacientes. Esse cuidado permite que eles não fiquem com sequelas, como a perda de funcionalidade de membros e limitação de mobilidade. “Essa terapia precoce, dirigida e especializada, além de salvar vidas, permite que a pessoa consiga viver sem grandes sequelas que limitem sua funcionalidade. Isso é muito importante, pois o paciente mantém a movimentação do pescoço, dos braços e das pernas após o tratamento agudo”, ressalta Andraus.
O tratamento dos queimados é realizado em um ciclo completo, que vai desde o atendimento emergencial até cirurgias plásticas reparadoras. Essa última etapa devolve dignidade e autoestima, especialmente para pacientes com queimaduras em regiões visíveis, como o rosto.
Em junho, a Prefeitura de Cuiabá promoveu um mutirão de cirurgias plásticas reparadoras no CTQ, beneficiando 25 pacientes com sequelas graves. A secretária municipal de Saúde, Lúcia Helena Barboza Sampaio, acompanhou de perto a ação. “São pessoas que aguardavam há muito tempo por esse tratamento e que tinham zero possibilidade de realizá-lo. Agora, com esse mutirão, mudamos essa realidade”, afirmou.
Segundo Thania Zanette, diretora-geral da ECSP, o tempo médio de permanência dos pacientes na unidade é de 23 dias. Ela explica que a eficiência do atendimento está diretamente ligada à estrutura oferecida pela unidade. “Nós usamos curativos e equipamentos que otimizam o tratamento, diminuindo o tempo de permanência na unidade. Isso melhora a qualidade da recuperação, com recursos próprios do município, mesmo atendendo pacientes de todo o estado. A eficiência também é reflexo das equipes terem sempre disponíveis os melhores equipamentos e insumos”, pontua.