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Rio Negro, em Manaus, atinge menor nível em 121 anos

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O Rio Negro, em Manaus (AM), registrou na manhã desta sexta-feira (4/10) seu nível mais baixo em 121 anos de medição, atingindo 12,64 metros, conforme dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Esta marca supera o recorde anterior de 12,7 metros, estabelecido em outubro de 2023.

 

Seca severa afeta toda a região

A atual estiagem tem provocado reduções históricas em diversos rios da Bacia Amazônica. O Rio Negro, que normalmente diminui cerca de 13 centímetros por dia entre agosto e outubro, está apresentando uma redução média diária de 19 centímetros este ano. O pico de redução foi registrado em 16 de setembro, com uma queda de 26 centímetros em apenas 24 horas.

 

Para dimensionar a gravidade da situação, o nível atual corresponde a menos da metade da maior cheia já registrada, que alcançou 30 metros em junho de 2021.

 

Impacto da estiagem

Segundo Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil, "A seca chegou mais cedo em várias regiões da Amazônia em 2024. Ela também está mais severa e mais extensa este ano. Importantes rios da região sequer tinham se recuperado da seca histórica do ano passado quando foram atingidos pela atual estiagem."

 

Números alarmantes

  • Quase 750 mil pessoas já foram afetadas pela seca apenas no estado do Amazonas
  • O Rio Negro percorre mais de 1,3 mil km do território brasileiro
  • É o maior afluente da margem esquerda do Rio Amazonas

 

Extensão do problema

A crise hídrica não se limita ao Amazonas. Outros estados do Norte também enfrentam reduções históricas em seus rios, incluindo:

  • Rio Madeira em Rondônia
  • Rio Tapajós no Pará
  • Rio Acre no Acre

 

Artur Matos, coordenador do Sistema de Alerta Hidrológico do SGB e engenheiro hidrólogo, destaca a extensão sem precedentes da área afetada. A seca atual abrange uma região que vai desde o Rio Araguaia, em Goiás, passando por todo o Pantanal, sudoeste e centro da Amazônia, até Tabatinga (AM), na fronteira com Peru e Colômbia.

 

Situação crítica do Rio Solimões

O Rio Solimões, que passa por Tabatinga, também registrou seu menor nível histórico em 2024, evidenciando a amplitude e severidade da atual crise hídrica na região amazônica.

 


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