Brasil deve colher 354,8 milhões de toneladas de grãos na safra 2025/26, aponta Conab

O plantio segue dentro da média dos últimos cinco anos, embora mais lento do que no mesmo período da safra anterior. Goiás e Minas Gerais registram maiores atrasos devido à falta de chuvas adequadas para a semeadura.

No Mato Grosso, o ritmo é semelhante ao do ano passado, porém a instabilidade climática observada em outubro afetou lavouras implantadas no início do mês, que sofreram com déficit hídrico e falhas no estande de plantas.

Milho: produção total pode recuar 1,6%

A produção das três safras de milho é estimada em 138,8 milhões de toneladas, o que representa queda de 1,6% em comparação ao ciclo anterior. Mesmo assim, a Conab aponta crescimento de 7,1% na área da primeira safra.

Baixas temperaturas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul retardaram a emergência e o desenvolvimento inicial das plantas, sem impacto direto no potencial produtivo.
Já no Paraná, tempestades, ventos fortes e granizo registrados no início de novembro afetaram lavouras em algumas regiões.

Arroz: queda de 11,5% na produção

A companhia estima produção de 11,3 milhões de toneladas de arroz, redução de 11,5% em relação à safra anterior, principalmente pela diminuição da área cultivada.

No Rio Grande do Sul, responsável pela maior parte do arroz do país, a semeadura já passa de 78% do total previsto. Em algumas fazendas, no entanto, o excesso de chuvas atrasou o acesso das máquinas ao campo.

Feijão: estabilidade na produção geral

A colheita total das três safras de feijão deve alcançar 3,1 milhões de toneladas, volume semelhante ao do ciclo passado.
A primeira safra teve redução de 7,3% na área plantada (841,9 mil hectares), com produção estimada em 977,9 mil toneladas, queda de 8% frente à temporada anterior.

O plantio está concluído em São Paulo, chega a 91% no Paraná e atinge 44% em Minas Gerais.

Culturas de inverno: colheita avança, mas lavouras receberam menos investimentos

A safra de inverno de 2025 segue em fase de colheita, com destaque para o trigo, cuja produção é estimada em 7,7 milhões de toneladas.

Segundo a Conab, as condições climáticas estão favoráveis, mas a redução nos investimentos em fertilizantes e defensivos comprometeu parte do potencial produtivo, resultando em espigas menores e com menos grãos.

No Paraná, as chuvas intensas do início de novembro podem interferir no desempenho das áreas que ainda permanecem no campo.