O Brasil embarcou 153,9 milhões de toneladas de soja, farelo de soja, milho e trigo em 2025, conforme dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) com base em registros da Cargonave. O volume consolidado até a 42ª semana do ano mantém o país entre os maiores exportadores globais e reforça o agronegócio como um dos pilares da economia nacional.
O desempenho, apesar de robusto, ficou um pouco abaixo do registrado em 2024, quando as exportações somaram cerca de 160,5 milhões de toneladas. Especialistas avaliam que a leve retração reflete ajustes pontuais de mercado e não altera a tendência de longo prazo de expansão do setor e da liderança brasileira no comércio internacional de grãos.
A soja continua liderando com folga a pauta exportadora. Até outubro, o país enviou ao exterior 102,4 milhões de toneladas, avanço de 5,3% na comparação com igual período do ano passado. A sustentação da demanda chinesa e a agilidade operacional dos portos de Santos, Paranaguá e Rio Grande foram determinantes para o resultado, que mantém o grão responsável por mais de dois terços de todo o volume exportado.
No caso do farelo de soja, as exportações somaram 19,4 milhões de toneladas no período analisado, queda de 14,7% em relação a 2024. O recuo está ligado ao aumento do consumo interno para alimentação animal e à redução das margens de processamento. Mesmo assim, o produto segue relevante para a balança agrícola, com destaque para os embarques via Santos, Paranaguá e Itaqui (São Luís).
O milho apresentou retração mais expressiva: 30,5 milhões de toneladas exportadas, contra 37,8 milhões no ano anterior, diminuição de cerca de 19%. A menor oferta interna, após ajustes na safra 2024/2025, e a concorrência mais acirrada com os Estados Unidos explicam a queda. Santos, Itaqui e Barcarena permanecem como principais rotas de escoamento do cereal.
Entre os quatro produtos analisados, o trigo registrou a maior redução percentual. O país exportou 1,47 milhão de toneladas até a 42ª semana, frente a 2,58 milhões em 2024, baixa de 43%. Condições climáticas adversas no Sul e o aumento do consumo doméstico limitaram a oferta para venda ao exterior.
A performance dos portos brasileiros segue sendo peça-chave para o resultado do setor. Santos liderou os embarques nacionais, seguido de Paranaguá, Itaqui, Rio Grande e São Francisco do Sul. Juntos, esses cinco terminais foram responsáveis por mais de 70% do volume exportado no período, evidenciando a capacidade da logística nacional de atender à demanda global.
Outubro apresentou melhora significativa no ritmo de embarques, com 16 milhões de toneladas exportadas ,sendo 7,3 milhões de soja, 2,08 milhões de farelo e 6,57 milhões de milho. O avanço em relação a setembro indica retomada gradual no último trimestre do ano.
Apesar das oscilações entre os produtos, o balanço permanece favorável. A ANEC destaca que os números ainda podem passar por ajustes, mas reafirma que 2025 consolida mais uma vez o Brasil como protagonista nas exportações de grãos, apoiado por alta produtividade, competitividade internacional e infraestrutura logística eficiente.