O Congresso Nacional aprovou, na quinta-feira (4), mudanças significativas nas regras de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), ao derrubar um dos vetos presidenciais e tornar obrigatório o exame toxicológico para candidatos às categorias A e B — destinadas a motoristas de carros, motocicletas e veículos leves.
A decisão foi tomada em sessão que analisou vetos incluídos de última hora na pauta, durante votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026. Até então, o exame toxicológico era obrigatório apenas para condutores das categorias C, D e E, vinculadas ao transporte de cargas e passageiros.
Com a mudança, todos os candidatos à primeira habilitação deverão apresentar exame toxicológico negativo. Para categorias de transporte, a regra permanece mais rígida: o exame continua sendo requisito também para renovação da CNH.
O dispositivo estava previsto na sanção da Lei 15.153 de 2025, que destina recursos arrecadados por multas de trânsito para financiar a CNH de pessoas de baixa renda inscritas no Cadastro Único.
BPC continuará acessível a pessoas com deficiência leve
Entre os vetos mantidos pelo Legislativo, está o que evitaria a restrição na concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) apenas a pessoas com deficiência moderada ou grave.
Ao manter o veto presidencial, parlamentares garantiram a continuidade do acesso ao benefício também para pessoas com deficiência leve.
O veto está vinculado à Lei 15.077 de 2024, que reformula regras da assistência social e programas de transferência de renda.
O BPC é destinado a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade social, com renda familiar baixa.
Cadastro de criminosos sexuais não terá dados públicos após pena
Outro veto mantido pelo Congresso preservou o bloqueio da proposta que determinava publicidade por 10 anos dos registros de condenados no Cadastro Nacional de Pedófilos e Predadores Sexuais após o cumprimento da pena.
Com a decisão, as informações permanecem acessíveis apenas enquanto dura a condenação, sem previsão de divulgação posterior.
O veto diz respeito à Lei 15.035.
Embrapa terá isenção de taxas regulatórias
Em sentido oposto, deputados e senadores rejeitaram o veto presidencial ao projeto que isenta a Embrapa do pagamento de taxas e contribuições cobradas por órgãos reguladores em processos administrativos.
O governo argumentava que a proposta criava benefício tributário sem apresentar medidas compensatórias, gerando impacto financeiro para as entidades fiscalizadoras.
Parlamentares, porém, sustentaram que a isenção reduz custos e facilita a inovação no setor agropecuário.
Com a derrubada do veto, a medida deverá ser sancionada e entrar em vigor como lei.