O Senado Federal, na quarta-feira (5), aprovou por unanimidade o projeto de lei 1087/2025, que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para contribuintes com renda mensal de até R$ 5 mil. A proposta também altera a taxação sobre altas rendas e depende agora da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para começar a valer em janeiro de 2026.
De acordo com estimativas do governo, aproximadamente 25 milhões de brasileiros serão beneficiados com a redução do imposto. Já cerca de 200 mil contribuintes com rendimentos elevados passarão a pagar mais. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que a medida representa um avanço na justiça fiscal. “É uma medida que dialoga com a vida real das pessoas”, destacou.
Para compensar a diminuição de arrecadação, o projeto cria uma alíquota extra progressiva, que pode chegar a 10% para quem recebe mais de R$ 600 mil por ano (equivalente a R$ 50 mil mensais). Também está prevista a cobrança de 10% sobre lucros e dividendos enviados ao exterior, reforçando a tributação sobre altas faixas de renda.
O texto começou a tramitar em março, quando foi enviado pelo governo ao Congresso, e passou pela Câmara dos Deputados em outubro. No Senado, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) apresentou o parecer final, acolhendo apenas emendas dos senadores Eduardo Gomes (PL-TO) e Rogério Carvalho (PT-SE).
Histórico e justificativas
Para Renan Calheiros, a aprovação representa um marco no sistema tributário brasileiro. Conforme declarou o relator, o chamado “imposto zero” corrige distorções e favorece famílias de menor renda. “É um dos projetos mais importantes e mais aguardados dos últimos anos”, afirmou.
Na avaliação do senador, a iniciativa deve beneficiar cerca de 25 milhões de trabalhadores, enquanto o aumento da tributação para 200 mil brasileiros mais ricos será suficiente para compensar o impacto fiscal. Renan ainda ressaltou que o trabalhador terá, em média, um ganho anual de R$ 3,5 mil com a mudança.
Outra observação feita pelo relator é que contribuintes com rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7,35 mil também serão contemplados com redução proporcional no tributo devido.
Como irá funcionar
Com a sanção presidencial ainda em 2025, as novas regras passarão a valer a partir de janeiro de 2026. Entre os principais pontos, destacam-se:
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Isenção total do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais;
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Redução parcial do imposto devido por contribuintes que recebem entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350;
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Aplicação de alíquota mínima para rendimentos acima de R$ 600 mil por ano, com progressão até 10% para quem ultrapassar R$ 1,2 milhão anuais, incluindo lucros e dividendos;
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Cobrança de 10% no IRPF sobre lucros e dividendos distribuídos por pessoas jurídicas a pessoas físicas quando o valor superar R$ 50 mil mensais.
Conforme previsto no projeto, ficam excluídos dessa tributação os lucros e dividendos cuja distribuição tiver sido aprovada até 31 de dezembro de 2025, mesmo que o repasse seja realizado posteriormente.